Introdução: Meu primeiro contato com a tecnologia
Desde muito cedo, os computadores fazem parte da minha vida. Tive a sorte de ter meu primeiro contato com a tecnologia através da ONG Casa Arte Vida, que me proporcionou um curso de tecnologia maker. Foi lá que, ainda na adolescência, comecei a entender como um computador funciona. Na época, eu adorava usar o PC para jogar e me entreter, mas tanto o computador de casa quanto os do curso não eram dos melhores. E foi justamente nesse contexto que conheci o Linux.

Meu professor na época (que hoje é um grande mentor para mim) não usava Windows. Ele usava Linux. Lembro que ele nos explicou o que era Linux e até tivemos uma aula inteira usando o terminal. Confesso que, naquele momento, não entendi muito bem a necessidade de usar o terminal para navegar no sistema. Afinal, para que complicar as coisas se existe uma interface gráfica? (Polêmico 👀) Por isso, continuei usando Windows, mesmo que os computadores do curso fossem dual boot e a gente usasse Linux nas aulas. Para mim, não fazia sentido mudar: no Windows, eu podia instalar meus jogos e ficar de boa.
A primeira tentativa (e a frustração inicial)
Mas meu professor não parava de falar sobre os benefícios do Linux. Ele dizia que o sistema era leve, ótimo para produtividade e essencial para quem trabalha com tecnologia. Como meu computador de casa era bem limitado e vivia travando, a ideia de um sistema “leve” me chamou a atenção. Resolvi dar uma chance e instalei o Linux Mint. Só que… não me adaptei. Voltei para o Windows. Meu professor insistiu e sugeriu que eu tentasse a versão XFCE, que era ainda mais leve. Dessa vez, meu computador realmente ficou mais rápido, mas eu ainda não via sentido em usar o Linux. Na época, eu estava começando a me interessar por design e precisava dos programas da Adobe, que não rodavam no Linux. Então, voltei para o Windows de novo.

A redescoberta do Linux
O tempo passou, meu computador deu defeito, e eu acabei com um notebook temporário bem mais precário que o meu já limitado PC. Para conseguir estudar e assistir meus animes (sou um nerd assumido), resolvi instalar versões mais leves do Linux, seguindo recomendações da internet. O resultado foi impressionante: o notebook, que mal abria o navegador ou o Windows Explorer, parecia ter ganhado uma nova vida. Ele ficou bem mais rápido (apesar de não ser lá muito bonito). Consegui voltar a estudar e usar o computador sem sofrer tanto. Foi aí que comecei a entender por que meu professor falava tanto da leveza do Linux e da capacidade dele de fazer qualquer computador funcionar.
Mas ainda não era o suficiente para eu migrar de vez. Quando consegui um computador melhor, instalei o Windows novamente. Afinal, com um hardware mais potente, eu podia jogar meus jogos favoritos e rodar os programas da Adobe sem problemas.

No entanto, com o tempo, percebi que estava me distraindo demais com jogos e entretenimento. Eu estava passando por uma fase de mudança na minha vida, buscando melhorar meus hábitos: queria emagrecer, estudar mais e ser mais produtivo. Consegui avançar em várias áreas, mas ainda me via perdendo muito tempo jogando. Foi quando decidi tomar uma medida drástica: me “proibir” de jogar. (Sim, eu sei que não é a solução mais saudável, mas foi o que funcionou na época.)
A questão era: como usar o computador, que era minha ferramenta de trabalho e estudo, sem cair na tentação do lazer? Foi aí que li sobre a ideia de criar ambientes separados para trabalho e lazer. A sugestão era ter um computador para cada finalidade, mas eu não tinha dinheiro para comprar outro. Minha solução? Dual boot. Instalei Linux e Windows no mesmo computador. Quando eu iniciava no Linux, era hora de trabalhar, estudar e ser produtivo. Quando precisava de lazer, usava o Windows.
A conversão definitiva para o Linux
Com o tempo, percebi que estava ligando o computador no Linux automaticamente. Um dia, me dei conta de que fazia seis meses que eu não iniciava o Windows. Meu vício em jogos tinha diminuído, eu estava mais produtivo, conseguindo mais trabalhos e aprendendo sobre diversos assuntos. Foi nesse momento que tudo o que meu professor havia me dito sobre o Linux começou a fazer sentido. Ele se tornou meu mentor, e eu pude dizer com orgulho que havia me “convertido” para o Linux.
Quando, por curiosidade, iniciei o Windows novamente, percebi o quanto ele parecia complicado e pouco otimizado para produtividade. Sentia falta de várias funcionalidades que o Linux me oferecia. E os programas da Adobe? Bem, faz tempo que não os uso. Ferramentas online como Canva e Photopea substituíram super bem as minhas necessidades, e eu até me tornei mais produtivo nos meus projetos de design. Claro, essa é a minha experiência pessoal, mas foi o que funcionou para mim.
Linux hoje: meu sistema principal
Hoje, meu computador ainda é dual boot, mas o Linux é o meu sistema principal. Uso o Fedora e adoro a experiência que ele proporciona. O Windows? Virou basicamente um “fliperama”. Só o uso para jogar com meus amigos, porque, apesar de o Linux ter avançado muito em compatibilidade com jogos, o Windows ainda é melhor nesse aspecto (pelo menos para mim).
Essa foi a minha jornada com o Linux. Ele não só transformou a forma como eu uso o computador, mas também me ajudou a ser mais produtivo, focado e organizado. Hoje, como professor de tecnologia na ONG Casa Arte Vida e analista de T.I., percebo que virei aquele meu antigo professor: eu propago o Linux, mas entendo que, no fim das contas, são todas ferramentas.
Seja um celular, um notebook ou um sistema operacional, a pergunta não é “qual é o melhor?”, mas sim “qual é o melhor para você?”. Depende do que você precisa, do que você valoriza e do que funciona no seu dia a dia. Eu brinco que, quando começo a falar de Linux, não paro mais – e quem trabalha comigo sabe disso. Mas, no fundo, entendo que são apenas ferramentas. O importante é escolher aquela que te ajuda a alcançar seus objetivos.
Dito isso, se você algum dia optar por experimentar o Linux, pode se surpreender. Ele pode ser leve, personalizável, poderoso e, quem sabe, até transformador – assim como foi para mim.




